Um pouco mais da nossa história e contextoA abrangência dos pressupostos da psicologia analítica aliada aos mais recentes desenvolvimentos nas neurociências, nas ciências cognitivas e na etologia permite um ângulo mais abrangente de observação e compreensão das diversas questões da profundidade humana, nomeadamente as raízes filogenéticas/arquetípicas — mecanismos biológicos evolutivamente antigos — subjacentes ao comportamento humano e de como tais mecanismos se atualizam dinamicamente nos diversos contextos culturais.
A psicologia analítica, compreensivelmente, tem vindo a ser alvo de grande interesse por parte de muitos profissionais de saúde pelo mundo inteiro, devido ao seu caráter integrador e de eficácia terapêutica; lamentavelmente, encontra-se esquecida e, de uma forma séria e científica, pouco divulgada em Portugal. Daqui a salutar vantagem de difundir, discutir e aplicar os seus fundamentos e técnicas psicoterapêuticas, tão úteis face às necessidades da vida ocidental contemporânea.
Acrescido a esses fatores, esta abordagem teórico-prática encontra fundamentação filosófica na tradição fenomenológica da “Escola de Braga” bem como da sua práxis humanista e junguiana, como — por exemplo — as entendeu e praticou o Professor João Rodrigues Mendes, SJ (1910-1972) e o Professor Diamantino Martins, SJ (1910-1979), vultos sonantes da Faculdade de Filosofia de Braga - FacFil, a primeira Escola Superior não estatal a conferir graus académicos de Licenciatura e Doutoramento em Portugal. Escola que encontra a sua génese no ano de 1934, quando os jesuítas estabeleceram na Rua de S. Barnabé o Instituto Beato Miguel de Carvalho para o estudo da Filosofia. Em 1967, o Instituto foi elevado à categoria de Faculdade e tornou-se na primeira Faculdade da Universidade Católica Portuguesa – UCP; Faculdade, todavia, fundida em 2015 com a Faculdade de Ciências Sociais, originando uma nova Faculdade.
A
Academia Internacional de Psicologia Analítica — fundada em 2013 pelo psicólogo clínico e então professor da FacFil, o
Professor Doutor João Carlos Major, coadjuvado por outros colegas — assume-se como uma herdeira natural da tradição junguiana dessa saudosa e memorável
Escola Bracarense.